Câmara de Vereadores Genéricos
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
A renovação média das Câmaras é de 30% no Brasil...
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/police-neto-%25E2%2580%259Cum-prefeito-sem-base-pode-trazer-de-volta-o-clientelismo-a-camara%25E2%2580%259D?
Eleições 2012
Police Neto: “Prefeito sem base de apoio pode trazer o clientelismo de volta à Câmara”
À frente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (PSD) fala dos riscos de se eleger um prefeito sem projetos claros para a cidade
Cida Alves
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Police Neto
(Rodrigo Capote/Folhapress)
"Se o prefeito não tem projeto, serve a relação de clientela",
José Police Neto, vereador e presidente da Câmara Municipal
Presidente reeleito da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (PSD) avalia que a eleição de um prefeito sem base política estabelecida e “sem projeto para a cidade” pode proporcionar a volta do clientelismo dentro da Casa. Sua primeira eleição para a presidência do Legislativo municipal, há dois anos, significou uma vitória para o prefeito Gilberto Kassab, para quem exerceu a liderança na Câmara entre 2007 e 2010, e a queda do “centrão” – grupo pluripartidário que dominou a casa durante cinco anos e que tinha a barganha política como prática principal.
Sobre a eleição de novos parlamentares para a Câmara, onde apenas um vereador não tenta a reeleição, a expectativa é de renovação mais uma vez baixa: cerca de um terço. “Mas se comparar com os parlamentares eleitos em 2008, a renovação pode chegar a 50%”, justifica Police Neto, que tenta seu terceiro mandato. No último pleito, a Câmara de São Paulo teve o menor índice de renovação entre as capitais: 29%.
Na última eleição, a Câmara teve a menor renovação entre as capitais. A história deve se repetir neste ano?
É preciso lembrar que muitos parlamentares que compunham a Casa se elegeram deputados federais e estaduais e não disputarão a reeleição. Não podemos comparar apenas os suplentes que assumiram esses cargos. Dos que foram eleitos em 2008, deve haver uma renovação próxima de 50%.
E considerando a composição atual da Casa?
Espera-se uma renovação de um terço dos vereadores que estão no exercício.
Por que há uma renovação tão pequena na Câmara de São Paulo?
A média nacional de renovação está em torno de 30%, nunca é maior. Além disso, as cadeiras em São Paulo são renovadas durante o próprio mandato, porque muitos dos vereadores viram deputados federais e estaduais, o que não costuma acontecer em outras Câmaras.
A eleição de um prefeito sem base de apoio formada na Câmara pode possibilitar a volta do “centrão”?
Como um prefeito consegue governar São Paulo se ele não constrói nenhuma plataforma para a cidade nem uma base de apoio? O que eu vejo não é o risco do "centrão" voltar ou não. É de não haver nem uma plataforma para governar a cidade e desenvolvê-la nos próximos quatro anos, nem a capacidade de dialogar com os parlamentares para compor essa maioria.
Mas esse contexto favorece a volta do antigo modelo do "centrão"
.
Favorece a volta de qualquer tipo de clientelismo. Se o prefeito não tem projeto, serve a relação de clientela. Se não há projeto pactuado com a sociedade, qualquer coisa vale, e é esse o risco que a gente corre. Estamos em um momento muito curioso do processo eleitoral.
Que momento é esse?
O eleitor vem sendo convencido a votar em um candidato “não político”. Houve um momento muito interessante nessa eleição, que foi quando o vereador Netinho de Paula (PC do B) deixou de ser candidato a prefeito. Ele também personificava o candidato não político. O (Fernando) Haddad fez questão de, em quase uma semana, percorrer todos os bairros onde o Netinho tinha maioria para ver se receberia os votos dele. E esse voto migrou para quem? Para o candidato não político. Isso porque a política está no banco dos réus. Mas esse candidato não político não é um gestor de cidades, nem um especialista em legislação municipal, nem um especialista em tarefas de fiscalização do setor público. Ele tem apenas um apelo muito positivo da arte de se comunicar, o que pode frustrar a ausência de um projeto para convencer uma base para apoiá-lo.
Daí o risco eminente de uma ação populista e clientelista.
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